quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Fertilidade e hiv

                         
Homens com AIDS podem ter filhos através de tratamentos de fertilidade
Uma revisão de estudos indica que tratamentos de fertilidade podem ser feitos com segurança em casais onde o homem está infectado com o vírus da AIDS e a mulher não. Isso porque, ao longo das últimas duas décadas, os pesquisadores têm melhorado os métodos de “lavagem” do esperma dos homens infectados com o HIV.

Claro que o sêmen “não lavado” pode transmitir o HIV para a mulher ou o bebê, mas os cientistas acreditam que o procedimento está ficando cada vez mais eficaz. A lavagem do sêmen do homem diminui o risco de transmissão o suficiente para casais que realmente querem ter filhos.
Pesquisadores brasileiros analisaram 17 estudos anteriores que envolveram um total de cerca de 1,8 mil casais em que apenas o parceiro do sexo masculino tinha AIDS.
Em cada um dos estudos, os pesquisadores realizaram um dos dois tipos mais comuns de tratamentos de fertilidade após a lavagem do esperma. Em seguida, eles registraram quantas vezes as mulheres ficaram grávidas após os procedimentos, e as monitoraram juntamente com os bebês que nasceram, para ver se o HIV foi transmitido a partir do sêmen.
Cerca de um terço das mulheres fez um processo em que um único espermatozóide é injetado em um único óvulo, fecundado, e colocado no útero da mulher. Este tipo de tratamento de fertilidade é considerado mais seguro para casais nos quais o parceiro masculino tem HIV, porque é mais fácil garantir que o esperma que está sendo usado não tem o vírus. O resto das mulheres teve esperma injetado diretamente no útero durante o período fértil.
Em última análise, cerca de metade das mulheres ficaram grávidas, e cerca de 80 a 85% das gestações resultaram no nascimento de um bebê. As taxas de sucesso de gravidez são comparáveis ao que tem sido demonstrado em outros estudos de tratamento de fertilidade em casais sem HIV.
Após o tratamento de fertilidade, nenhuma das mulheres ou bebês do estudo virou positivo para HIV. No entanto, em alguns dos estudos em que os pesquisadores testaram o sêmen depois de ter sido lavado, entre 2 e 8 de cada 100 amostras testaram positivas para o HIV, o que indica que a transmissão do vírus ainda é possível, apesar de improvável.
Porém, mesmo que algumas das amostras de sêmen sejam positivas, a quantidade do vírus provavelmente é tão pequena que não é susceptível de ser passada para a mãe ou o bebê. Além disso, a transmissão do HIV requer algum tipo de “trauma” (“lesão”) para o corpo da mulher, porque o vírus é passado do sêmen para o sangue. Ou seja, embora haja uma chance de transmissão durante relações sexuais, não é provável que haja no tratamento de fertilidade.
Apesar da crescente evidência de sua segurança, procedimentos de fertilidade não são muito comuns em casais nos quais o parceiro masculino tem AIDS. Em parte porque os procedimentos não são muito baratos. Nesse caso, quando os casais não podem pagar um tratamento de fertilidade, acabam indo pela outra opção, que é ter relações sexuais, o que coloca a mulher em situação de risco.
Uma opção futura para estes casais pode ser medicamentos que a mulher toma para evitar contrair o vírus de seu parceiro. E se a mãe não tem o vírus, o bebê não vai ter. Mas por enquanto, o tratamento de fertilidade é a opção mais segura possível.                                                                                                                                                               
A fé é a certeza de que já venceu a batalha mesmo antes dela começar.

É o magnetismo que o Criador colocou em nosso corpo para nos comunicarmos com Ele e também para modificarmos nosso destino, se for preciso.
Ela nunca cairá a nossos pés como água em dia de chuva. Nós é que teremos de de

scobri-la, de abrir nosso coração para encontrá-la e recebê-la.
É a única coisa na Terra que tem o poder de enfrentar a razão sem temos e, depois do confronto, ainda continuar imbatível, inabalável e divina.

Trecho do livro: A Semente de Deus


Do querido amigo e escritor: Cesar Romão
   


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

E agora?

             Como é saber que está infectado?              Como fica a mente e o coração?


- Ao sair do consultorio do infecto, embora estivesse suando frio, ainda estava forte. Mas quando fui pro carro, desabei a chorar. Tanto que o manobrista do estacionamento veio até minha janela, perguntou se tava tudo bem. Eu respondi que sim e minha reação após isso foi ligar para meu melhor amigo, que estava no trabalho. Pedi pra ele me ligar a noite, que precisava muito falar com ele. Vim pra minha casa, engolindo choro. É uma sensação horrivel. Eu ficava me perguntando, mas porquê, como, quem me passou o virus? Sempre fui e sou muito racional, e ao chegar em casa, já não estava mais chorando, e fui direto pra internet, pesquisar no Dr Google, o que eram aqueles mais de 20 exames de doenças, que o infecto tinha solicitado. É de dar medo, muito medo, ao ler o que cada uma dessas doenças pode causar.A mídia fala muito sobre o HIV, há campanhas na televisão, como por exemplo, no carnaval, pedindo para as pessoas fazerem sexo seguro, usar camisinha etc. Mas não falam sobre essas outras doenças. Vou citar algumas, que graças a Deus, eu não tenho, mas que são fatais em um paciente com HIV. São elas: sifilis, hepatite c, tuberculose. São elas que matam os infectados, e não o HIV. Em uma pessoa sem o HIV, tais doenças não causam mal algum. Mas em quem tem o HIV, essas doenças levam à morte, caso o HIV não seja tratado. Do rol de doenças oportunistas, eu tenho que me preocupar apenas com uma, chamada toxoplasmose. Ela acomete o cérebro do paciente que não trata o HIV.Todo portador do HIV, tem que se preocupar com 02 resultados nos exames. Um, chamado de CD4, que são as células de defesa do nosso organismo, que são infectadas pelo HIV. O vírus, destrói as células CD4s do nosso sangue. Em uma pessoa sem o HIV, a contagem de CD4 normal varia de 1500 a 1800 por milímetro de sangue. Meu primeiro CD4, estava 200 por ml de sangue. O outro resultado que deve ser analisado, é a Carga Viral, que é a quantidade de virus que existe por ml de sangue. Meu primeiro exame, deu 24.000 por ml.. Quer dizer, haviam  24.000 bichinhos por milímetro de sangue em meu corpo, destruindo lentamente minhas células de defesa. Ao levar esses primeiros resultados ao infecto, ele me disse: "vamos acompanhar. Por enquanto, você não precisa se preocupar, mantenha sua vida normal, e faça o acompanhamento de 3 em 3 meses". Passados 3 meses, refiz os exames, e minha taxa de CD4 abaixou mais ainda. Poucos dias depois do segundo exame de acompanhamento, tive a primeira doença oportunista, tive Herpes Zoster, que as pessoas chamam de "cobreiro". Isso, foi em Novembro/2011. Fui no clínico geral, tratei essa doença, e quando retornei ao infecto, disse a ele o que tinha acontecido. Ele me disse, "você já teve 1 manifestação clínica, se acontecerem 02, temos que entrar com remédios". Em março/2011, tive uma segunda complicação, sapinho no esôfago. Foi o gatilho inicial para iniciar a medicação para combater o HIV.os remédios para combater o HIV são muito caros. Mas todos os brasileiros infectados, podem e têm os remédios distribuidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saude. Está disponível, a todos que tenham o HIV. Eu atualmente, tomo 1 remédio de manhã e 02 a noite. Hoje em dia, só morre de HIV quem não tratar. Há muitas opções de remédios e estou consciente de que terei que tomá-los para sempre. Minha vida mudou sim. Agora, tenho horários para os remédios, não posso esquecer de tomar nenhum deles. Parei de beber, não bebo mais uma gota de álcool. Tento levar uma vida saudável, continuo fazendo tudo que fazia antes, exercícios físicos, trabalho. Os primeiros dias do remédio são os piores, pois eles são muito fortes e podem dar muitos efeitos colaterais. Por sorte, se é que posso chamar assim, tive apenas efeitos colaterais totalmente suportáveis, fora um sono sem fim, que vai passando conforme o corpo vai se acostumando. O pior remédio é o da noite. Ele é grande e até hoje me dá efeitos colaterais fraquinhos... eu costumo dizer é como uma brisa rs. Nos primeiros 20 dias nem saía de casa... agora, já saio e estou totalmente acostumado à medicação.Pra finalizar o que eu diria pra pessoas que passam pelo mesmo ''drama'':Eu diria várias coisas! Diria primeiro não tenha medo de ir fazer um exame de sangue para saber se tem HIV ou não. Se você teve alguma relação sem proteção, a camisinha estourou, não fique encanado. Vá, faça o exame. Se você não tem plano de saúde, procure uma unidade de saúde pública mesmo. Faça o teste. Se der negativo, ótimo! Se der positivo, enfrente o que tiver que enfrentar. E não acredite em tudo que ler no Dr. Google. O cara mais indicado pra te ajudar caso você tenha o HIV, é o infectologista. Ele estudou pra isso, ele sabe e responde todas as suas dúvidas. É importante se abrir com alguém também, alguém que você confie e não te julgue. Hoje em dia, ter HIV não é mais uma sentença de morte. Se você descobrir a tempo, é como uma doença crônica, que você tratará pelo resto da sua vida. Isso é o que eu posso dizer a quem tem HIV e já sabe. Tenha pensamento positivo sempre!Se possível faça terapia procure um grupo de apoio mas jamais deixe de ser feliz por isso e nem seja em momento algum pessimista afinal todos nós vamos morrer um dia ,mas que seja num futuro bem longínquo no mais é isso que posso dizer...                                                                                       
Quem não tem aonde ir, descobre a graça de ficar.

Pe. Fábio de Melo