segunda-feira, 29 de agosto de 2011

VHIVENDO



Diagnóstico de crianças e adolescentes

O diagnóstico da infecção pelo HIV transforma a vida de qualquer um. Quando se trata de uma criança, o cuidado deve ser maior. Dependendo da idade, a revelação é fundamental para o sucesso do tratamento desses jovens. Família e equipe médica precisam respeitar o momento de cada um, levando em conta o nível de informação, o contexto psicossocial e familiar.
Identificar o melhor momento e a forma de contar a soropositividade é um desafio. Não basta contar o diagnóstico. É preciso explicar todas as mudanças que a doença traz. Atualmente, é consenso entre os profissionais de saúde que a criança deve saber da infecção o quanto antes. O objetivo é chegar à adolescência consciente da doença, das suas responsabilidades e dos seus direitos.
A família ou os responsáveis pelas crianças e adolescentes soropositivos tendem a adiar a revelação, mesmo havendo indícios de que esses jovens já sabem ou desconfiam de sua condição. São várias as razões que levam os cuidadores a não contarem:
  • Imaturidade da criança para compreender a doença;
  • Possibilidade de reação emocional negativa;
  • Medo do estigma;
  • Receio de que a criança/adolescente fale sobre sua condição para outras pessoas, quebrando o sigilo e expondo a história familiar para terceiros (como a soropositividade da mãe e/ou dos pais);
  • Sentimentos de culpa pela transmissão do HIV;
  • Despreparo do adulto para falar sobre a doença.

Atendimento prejudicado
Quando a criança ou o adolescente não sabem da doença, o atendimento médico pode ficar prejudicado, pois a equipe médica não conversa abertamente sobre a aids e suas implicações na vida. Além disso, compromete a adesão e o autocuidado, já que o paciente não se cuida corretamente.

Os adolescentes precisam conhecer sua sorologia e ser informados sobre os diferentes aspectos e consequências da infecção para se tratar de uma forma adequada. É importante nesse processo o apoio da família, amigos e dos médicos, porque ajuda o jovem a compreender sua condição e se fortalecer apesar da nova realidade.

crianças e adolescentes

  • Crianças, filhas/os de soropositivos, vivem em ambientes onde pode haver maior exposição a infecções como tuberculose e hepatite B. Por isso, a vacinação contra a tuberculose e contra o vírus da hepatite B deverá ser iniciada de preferência na maternidade, nas primeiras doze horas após o nascimento. É importante vacinar crianças expostas já sabidamente não infectadas contra a varicela para...
  • Quando se fala de tratamento entre crianças e jovens, os adultos assumem um papel de grande responsabilidade. Principalmente na infância, familiares e cuidadores devem estar muito bem informados para ajudarem a criança a seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja, a aderir ao tratamento.
    Para que isso dê certo, o envolvimento da criança ou adolescente é fundamental. Explicações sobre o tratamento...
  • O tratamento com medicamentos antirretrovirais em crianças e adolescentes geralmente começa com uma combinação de três remédios. Ao planejar o início da terapia, deve-se considerar:
    • Possibilidade de adesão a longo prazo, assim como seu monitoramento,
    • Impacto sobre o bem-estar e a qualidade de vida do paciente, com a escolha de remédios indicados para crianças e adolescentes,
    • Integraç...
  • O diagnóstico da infecção pelo HIV transforma a vida de qualquer um. Quando se trata de uma criança, o cuidado deve ser maior. Dependendo da idade, a revelação é fundamental para o sucesso do tratamento desses jovens. Família e equipe médica precisam respeitar o momento de cada um, levando em conta o nível de informação, o contexto psicossocial e familiar.


"Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado."
DEPOIMENTO:
TARSO ARAUJO
DE SÃO PAULO
Tenho HIV desde que me entendo por gente. Meu pai e minha mãe contraíram o vírus. Quando nasci, meu teste deu negativo. Aos quatro anos, comecei a ter febre e feridas. Minha mãe repetiu o exame. Aí deu positivo.
Nasci sabendo o que é AIDS. Quando cresci, conheci o preconceito. Isso me deixou traumatizada.
Muita gente acha que sou virada, alguém sem limites, que faz o que quer, só por causa da doença. Mas não sou. Gosto de sair com amigas, tomar sorvete, navegar na internet e tomar tereré [tipo de chimarrão] em casa.
Só converso abertamente sobre a doença com as amigas mais próximas. Tem algumas amigas que sabem, mas não gostam de conversar sobre o assunto. Outras querem se informar.
Fico com medo de contar para as pessoas, nunca sei qual vai ser a reação. Tenho medo de ser discriminada. Se ofereço alguma coisa a um colega, ele olha estranho. Acho que é porque sou SOROPOSITIVA. Não sei se é, o trauma me faz pensar que sim.
PIADA
Durante um tempo tomei uma medicação que me deixava amarela. Todo mundo queria saber. Achavam que era contagioso, foi polêmico na escola. Muita gente se afastou, mesmo sem saber que eu era SOROPOSITIVA. Imagina se soubessem que o remédio era para HIV...
Uma vez, uma menina da turma tirou uma foto de mim com o celular. Uma outra que sabia falou que o aparelho ia pegar AIDS. Todo mundo ficou olhando para mim...
Disfarcei e fui na secretaria. A coordenadora veio até a sala, trancou a porta com os alunos dentro e perguntou se alguém ouviu a menina falar aquilo. Ninguém falou nada, ela saiu, ficou por isso mesmo. Ela me expôs mais ainda, o comentário tinha sido num canto. Aí, quem tinha dúvida passou a ter certeza. Fui chorando pra casa.
Preconceito é um ato de maldade. Sempre tem piada. No cursinho, um professor virou para o outro e disse: "Como você está magro! Se eu pegar AIDS vou emagrecer assim". Todo mundo riu. Professores, de biologia, ainda por cima, não deviam fazer esse tipo de comentário.
Um dia, saí com um menino que estava me paquerando. Ficamos. Ficamos mais uma vez, ele sumiu. Falou para os amigos que não ia mais ficar comigo porque eu tinha AIDS. Chorei muito. Por que não veio falar para mim?
Não falo que sou SOROPOSITIVA. Quando perguntam, sou sincera. Não gosto de mentir.
Também não falo sobre minha vida sexual. Só fico, não namoro. Agora estou meio encalhada, só estudo.
Muita gente se surpreende quando descobre que tenho o vírus. Acham que temos marcas físicas, que a AIDS está na cara. Não é assim.
Antes, não conseguia comer direito, meu nariz sangrava por causa de plaquetas baixas, fui internada várias vezes. Quando tinha dez anos, pesava 24 quilos e tomava medicação líquida.
Quando ganhei peso suficiente para trocar de medicação, passei para comprimidos. Minha saúde melhorou. Hoje, tomo três remédios, duas vezes ao dia.
Falto na aula, às vezes, para fazer exames e ir ao médico em Cascavel (PR), onde frequento um centro especializado. Os médicos de lá me acompanham desde pequena e têm uma relação muito boa e diferente comigo.
DESABAFO
Também vou ao psicólogo desde pequenininha, nem me lembro desde quando. Vou três vezes por mês.
Ele é muito importante, porque, quando converso, desabafo. E ele sempre me ajuda a ver coisas que não consigo, me dá conselhos. É como um bom amigo.
Faço parte da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens que Vivem com HIV/AIDS. Acompanho bastante os e-mails do grupo. No fim do ano passado, a gente perdeu um amigo.
Sou superprotegida pelos meus tios, que cuidam de mim. Tenho que me alimentar bem, tomar remédio na hora certa, para ficar bem como estou. Tento ser feliz. Tem dias de "deprê", mas logo passa e eu vou à luta.

NÓS NÃO VAMOS MODIFICAR O MUNDO,MAS ELE TERA QUE SE ADAPTAR AS MUDANÇAS!!!!
BEIJO NA BOCA E FIQUEM COM DEUS!!!!!

domingo, 28 de agosto de 2011

GRAVIDEZ E HIV



Recomece Sempre




Observe a natureza. Tudo nela é recomeço. No lugar da poda surgem os brotos novos. Com a água, a planta viceja novamente (renasce). Nada pára. A própria terra se veste diferentemente todas as manhãs. Isso acontece também conosco. A ferida cicatriza. A dores desaparecem. A doença é vencida pela saúde. A calma vem após o nervosismo. O descanso restitui as forças. Recomece. Anime-se. Se preciso, faça tudo novamente. Assim, é a VIDA!                                                                                                                                                              --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Jadson, 21 anos
Meu nome é Jadson, tenho 21 anos e sou homossexual!
Sempre fui uma pessoa calma, na minha, tive poucos relacionamentos, mas todos muito duradouros! Enfim, comecei há 8 meses me relacionar com uma pessoa, desde o começo a química era especial. E estamos juntos até hoje.
Mas no dia 28/03/08, meu namorado acabou recebendo uma ligação de seu ex- namorado falando que esta contaminado com o vírus HIV, mas que não sabia há quanto tempo. Está com o vírus e estava ligando para indicar a fazermos o teste, pois após algum tempo de relacionamento acabei transando com ele (meu namorado)sem camisinha.
Essa notícia foi como um choque pra mim, chorei muito, conversei com alguns amigos, mas todos sempre me aconselharam a não me desesperar antes de qualquer resultado. Ainda estou assustado com essa situação.
Hoje, com algum tempo, comecei a pesquisar mais sobre o vírus, e acabei achando esse site, estudando e de certa forma, me acalmando um pouco mais, pois essa notícia, mesmo não sendo ainda confirmado nada, foi um “baque” pra mim, a primeira impressão é só pensamento de morte e a gente acaba descobrindo que as coisas não funcionam desse jeito! Essa semana que segue irei fazer o exame e descobrir de uma vez por todas o que me aguarda, mas de qualquer forma tenho certeza de que positvo ou não, agora eu sei que o vírus não é uma sentença de morte, estou menos “abalado” para poder enfrentar qualquer tipo de notícia.
Agradeço desde já o espaço para meu desabafo e o acesso aos depoimentos do site que me ajudaram muito. Obrigado a todos.
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Parto em soropositivas

O tipo de parto mais indicado para evitar a infecção do bebê pelo HIV vai depender, principalmente, do estado de saúde da mãe. Para gestantes soropositivas com carga viral maior ou igual a 1000 cópias/ml ou desconhecida após 34 semanas de gestação, o mais indicado é a cesariana eletiva, aquela realizada antes do início do trabalho de parto, sem rompimento da bolsa. Geralmente, a cesariana deve ser marcada para a 38ª semana de gravidez. 
Em casos de gestantes que chegam à maternidade em trabalho de parto e que não fizeram tratamento durante a gravidez, a escolha do tipo de parto deve levar em consideração a fase e o tempo previsto para os procedimentos de cada um, assim como a probabilidade de complicações. Mas as alternativas variam quando o trabalho de parto está acelerado ou não. O médico deve avaliar a melhor opção em cada caso.
Cuidados durante o parto
Toda gestante soropositiva deve receber o AZT na veia do início do trabalho de parto até o nascimento do bebê. Para as gestantes com indicação de cesariana, o consumo de AZT deve ser de 3 horas antes da cirurgia até o nascimento.
Durante a gestação, trabalho de parto e parto, devem ser evitados o recolhimento do sangue do cordão umbilical e de líquido amniótico, além do uso de fórceps, por exemplo. No parto normal, deve-se evitar corte cirúrgico feito entre a vagina e o ânus (períneo) e o trabalho de parto deve ser monitorado usando gráfico de acompanhamento da evolução (partograma), evitando toques vaginais repetidos.
Recomendações pós-parto
Após o nascimento, a mãe não deve amamentar seu filho, pois o HIV está presente no leite materno. Se a mulher e o recém-nascido estiverem em boas condições de saúde, podem ser encaminhados para alojamento conjunto. O recém-nascido precisa tomar o AZT xarope das primeiras duas horas de vida às próximas seis semanas. Além disso, a criança precisa fazer acompanhamento em serviço de referência para crianças expostas ao HIV.
Cuidados com o recém-nascido
Além dos cuidados tradicionais, recomenda-se:
  • Dar a primeira dose do AZT oral ainda na sala de parto, logo após os cuidados imediatos ou nas primeiras duas horas após o nascimento.
  • Fazer exame de sangue completo para acompanhar uma possível anemia (falta de ferro) pelo uso do AZT, repetindo após 6 e 16 semanas.
  • Não amamentar e substituir o leite materno por fórmula infantil. O aleitamento misto (leite materno intercalado com fórmula infantil) também é contraindicado. A criança exposta, infectada ou não, terá direito a receber fórmula láctea infantil gratuitamente, pelo menos até completar 6 meses de idade. Em alguns estados, a fórmula infantil é fornecida ate os 12 meses de idade ou mais.
  • A criança deve ter alta da maternidade com consulta marcada em serviço especializado para seguimento de crianças expostas ao HIV. A data da primeira consulta não deve ser superior a 30 dias, a partir da data do nascimento.

Uso de antirretrovirais em gestantes
A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação.
O uso de medicamentos durante a gravidez é indicado para quem já está fazendo o tratamento e para a grávida que tem HIV, não apresenta sintomas e não está tomando remédios para aids. Nesse caso, o uso dos remédios antiaids pode ser suspenso ao final da gestação. Essa avaliação dependerá os exames de laboratório (CD4 a Carga Viral) e de seu estado clínico e deverá ser realizada, de preferência, nas primeiras duas semanas pós-parto, em um serviço especializado (SAE).
Diagnóstico durante o pré-natal
A testagem para HIV é recomendada no 1º trimestre. Mas, quando a gestante não teve acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no 3º trimestre ou até na hora do parto. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto. Recebem, também, o acompanhamento necessário durante a gestação, parto e amamentação. A mãe que tem o vírus não deve amamentar o bebê, porque há risco de transmissão do vírus da mãe para o filho.
Gravidez depois do diagnóstico
Além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gravidez tranquila, segura e com muito baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas explicadas acima.
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sábado, 27 de agosto de 2011

TESTE HIV

FAÇA O TESTE



Por que fazer o teste de aids

http://www.aids.gov.br/endereco_localizacao?city=&province=&tid=57
Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida.
Além disso, as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o exame!
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos, colhendo uma gota de sangue da ponta do dedo. Esses testes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento - CTA (ver mapa com localização pelo país). Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque-Saúde (0800 61 1997).


Tipos de exames


Os testes para diagnóstico da infecção por HIV são produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, e realizados gratuitamente nosCentros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em outras unidades das redes pública de saúde, incluindo um grande número de maternidades. Ligue para o Disque Saúde (0800 61 1997) e veja o melhor local para fazer o teste.

De laboratório

Teste Elisa
É o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de câncer.
Nesse caso, faz-se uma confirmação com a mesma amostra e o resultado definitivo é fornecido ao paciente. Se o resultado for positivo, o paciente será informado e chamado para mais um teste com uma amostra diferente. Esse é apenas um procedimento padrão para que o mesmo não tenha nenhuma dúvida da sua sorologia.
Independentemente do resultado do exame, positivo ou negativo, o paciente é encaminhado ao aconselhamento pós-teste – conversa com o profissional do CTA ou do posto de saúde que orienta sobre prevenção, tratamento e outros cuidados com a saúde.
O Elisa é feito com uma placa de plástico que contém proteínas do HIV absorvidas ou fixadas nas cavidades em que cada amostra de soro ou plasma (que são frações do sangue) será adicionada. Após uma sequência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa.
Teste western blot
De custo elevado, o western blot é confirmatório, ou seja, indicado em casos de resultado positivo no teste Elisa. Nele, os profissionais do laboratório procuram fragmentos do HIV, vírus causador da aids.
Para a realização do Western Blot, utiliza-se uma tira de nitrocelulose em que serão fixadas proteínas do HIV. O soro ou plasma do paciente é adicionado, ficando em contato com a tira de nitrocelulose. Depois da adição de vários tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura visual, pelo profissional do laboratório.
Teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1
Também confirmatório, o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 permite detectar os anticorpos anti-HIV. Nele, o soro ou plasma do paciente é adicionado a uma lâmina de vidro que contém células infectadas com o HIV, fixadas nas cavidades. Após uma sequencia de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio da leitura em um microscópio de imunofluorescência.

Teste rápido

Possui esse nome, pois permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos. Por isso, pode ser realizado no momento da consulta. Os testes rápidos permitem que o paciente, no mesmo momento  que faz  o teste, tenha conhecimento do resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste. O teste rápido é preferencialmente adotado em populações que moram em locais de difícil acesso, em gestantes que não fizeram o acompanhamento no pré-natal e em situações de acidentes no trabalho.











Rodrigo
Meu nome é Rodrigo, tenho 34 anos, moro em São Paulo. Mesmo sabendo ser homossexual desde que me entendia por gente, conheci uma garota, na época eu tinha 17 anos ela 16.
Dois anos depois nos casamos e tivemos 3 filhos lindos. Porém não preciso ir muito longe para dizer que o desejo de conhecer um homem e poder me entregar de corpo e alma ficou muito intenso.
Então, resolvi pedir a separação, contei minha condição de homossexual para minha mulher que a principio, claro, não entendeu muito bem, porém me aceitou e nos tornamos amigos. Então comecei a sair, conhecer pessoas homossexuais, tive alguns relacionamentos, alguns duradouros outros não.
O que acontece é que em 2006 comecei a ter vários problemas de saúde: dores no corpo, febres constantes, furúnculos pelo corpo, mesmo nem pensando na AIDS, acreditava ser uma infecção boba, tomava remédios em casa mesmo, até que não deu mais, pois estava muito magro e todos ao meu redor sempre perguntavam o que eu tinha. Resolvi então procurar um médico, ao contar os sintomas, a médica me pediu o exame de HIV, achei aquilo ridículo. Imagina: eu com AIDS. O resultado saiu em minutos e, claro, foi constatado o resultado positivo.
A médica simplesmente me olhou e disse: você tem AIDS. Meu mundo desabou. E agora? Eu pensava. Vou morrer, como faço para contar para minha família, meus amigos, meu trabalho, foi o dia mais difícil da minha vida, e o pior: moro sozinho e isso piorou a situação, pois veio a depressão, não conseguia dormir, não me alimentava, não consegui até hoje contar para ninguém minha condição.
Tomo os remédios, sinto os efeitos maléficos dos medicamentos, mas apesar de tudo, minha saúde está boa. Nesse período não consegui me envolver com ninguém,  pois acho que tenho por obrigação contar para a pessoa que for para a cama comigo, minha condição.
Enfim amigos, continuo sendo a única pessoa a saber da minha situação, tenho uma vida normal, claro que sofrendo e com medo do que a doença possa me fazer no futuro. Achei muito interessante a idéia das pessoas deixarem seus depoimentos aqui, assim como eu, acho que muitos irão se sentir melhor ao compartilhar um pouco suas experiências mesmo que uma experiência triste.
Obrigado a todos por lerem meu depoimento e estou aberto a receber contato, para mim será muito bom falar deste e outros assuntos. Com certeza me fará um pouco melhor. ===================================================================================
"Viver é consumir-se de amor, dialogar, perder-se nos outros. A vida é a interpenetração total das almas e das inteligências."                                                                                                                                                                             =======================================USE CAMISINHA SEMPRE E BEIJO NA BOCA =========

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

VIVHER: ISSO AINDA ACONTECE

VIVHER: ISSO AINDA ACONTECE: ...

ISSO AINDA ACONTECE





                                                                                                                                                                                               




            A Origem da Epidemia de HIV / AIDS


A Sindrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados de 1981, nos EUA, a partir da identificação de um número elevado de pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento do sistema imune. Todos estes fatos convergiram para a inferência de que se tratava de uma nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível. Em 1983 o agente etimológico foi identificado: tratava-se de um retrovírus humano, atualmente denominado vírus da Imunodeficiência humana, HIV-1, que anteriormente foi denominado LAV e HTLV-III. Em 1986 foi identificado um segundo agente etimológico, também retrovírus, estreitamente relacionado ao HIV-1, denominado HIV-2. Embora não se saiba ao certo qual a origem dos HIV-1 e 2 sabe-se que uma grande família de retrovírus relacionados a eles está presente em primatas não-humanos na África sub-Sahariana. Todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genômica semelhante, apresentando homologia em torno de 50%. Além disso todos têm a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente o HIV-1 e o HIV-2 passaram a infectar o homem há várias décadas. O HIV-1 tem se mostrado mais virulento do que o HIV-2. numerosos retrovírus de primatas não-humanos encontrados na África têm mostrado grande similaridade com o HIV-1 e com o HIV-2. O vírus da Imunodeficiência símia (SIV) presente com muita freqüência nos macacos verdes africanos é muito próximo ao HIV-2, sugerindo que ambos evoluíram de uma origem comum. Por estes fatos supõe-se que o HIV tenha origem geográfica africana e que sua disseminação se deve às características da sociedade contemporânea.
Quais as formas de transmissão do HIV? 
As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, por relações homo e heterossexuais; sangüínea, em receptores de sangue ou hemoderivados e em UDIV; e perinatal, abrangendo a transmissão da mãe para o filho durante a gestação, parto ou por aleitamento materno. Além destas formas mais freqüentes há também a transmissão ocupacional, por acidente de trabalho em profissionais da área da saúde que sofrem ferimentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes com infecção pelo HIV e, finalmente, há oito casos descritos na literatura de transmissão intradomiciliar nos quais não houve contato sexual nem exposição sangüínea pelas vias classicamente descritas. 
A principal forma de exposição no mundo todo é a sexual, sendo que a transmissão heterossexual através de relações sem o uso de preservativo é considerada, pela OMS, como a mais freqüente do ponto de vista global. Na África sub-Sahariana é a principal forma de transmissão. Nos países desenvolvidos a exposição ao HIV por relações homossexuais ainda é a responsável pelo maior número de casos, embora as relações heterossexuais estejam aumentando de importância na dinâmica da epidemia. Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV numa relação heterossexual são: alta viremia ou Imunodeficiência avançada; relação anal receptiva; relação sexual durante a menstruação; e concomitância de doenças sexualmente transmitidas, principalmente das ulcerativas. Sabe-se hoje que as úlceras resultantes de infecções como cancróide, sífilis, e herpes simples amplificam a transmissão do HIV. 
A transmissão sangüínea associada ao uso de drogas IV é um meio muito eficaz de transmissão do HIV devido ao uso compartilhado de seringas e agulhas. Esta forma tem importância crescente em várias partes do mundo, como na Ásia, América Latina e no Caribe. Nos países industrializados também tem sido crescente a transmissão pelo uso de drogas IV, sendo que em alguns países como na Espanha já é a primeira causa de exposição ao HIV. 
A transmissão através da transfusão de sangue e derivados tem apresentado importância decrescente nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle da qualidade do sangue utilizado, como é o caso do Brasil. A utilização de seringas e agulhas não descartáveis e não esterilizadas foi responsável por muitos casos no mundo todo, sendo que o episódio mais dramático ocorreu na Romênia, causando verdadeira epidemia de AIDS pediátrica.

A transmissão perinatal, decorrente da exposição da criança durante a gestação, parto ou aleitamento materno vem aumentando devido à maior transmissão heterossexual. Na África são encontradas as maiores taxas desta forma de infecção pelo HIV, de 30 a 40%, enquanto em outras partes do mundo, como na América do Norte e Europa se situam em tomo de 15 a 29%. Os motivos desta diferença devem-se ao fato de que naquele continente a transmissão heterossexual é mais intensa e também ao aleitamento materno, muito mais freqüente do que nos países industrializados. 
A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde sofrem ferimentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes soropositivos para o HIV. Estima-se que o risco de contrair o HIV após uma exposição percutânea a sangue contaminado seja de aproximadamente O,3%. Os fatores de risco já identificados como favorecedores deste tipo de contaminação são: a profundidade e extensão do ferimento a presença de sangue contaminante visível no instrumento que produziu o ferimento o procedimento que resultou na exposição envolver agulha colocada diretamente na veia ou artéria de paciente HIV+; e, finalmente, o paciente fonte da infecção ser terminal. O uso da zidovudina após a exposição aparentemente reduz a chance de transmissão do HIV. 
Nos casos intradomiciliares relatados, a transmissão foi atribuída, em seis pacientes, ao contato com sangue do paciente fonte. Em um caso a contaminação se deu após contato repetido com excretas e em um caso não foi estabelecida a via de infecção. A possibilidade deste tipo de transmissão implica na orientação rigorosa dos contatantes intradomiciliares quanto aos cuidados e precauções necessários no manuseio adequado de materiais contaminados com sangue, secreções e excretas e também quanto ao descarte de materiais pérfuro-cortantes em recipientes rígidos, além da necessidade de manutenção de hábitos de higiene. 
É certo que a transmissão por contato casual não ocorre? 
Os meios alternativos de transmissão propostos incluem contato interpessoal não-sexual e não-percutâneo, também referido como contato casual, vetores artrópodes, fontes ambientais (aerossóis por exemplo) e objetos inanimados (fômites), além de instalações sanitárias. 
Até o momento não foi possível evidenciar com segurança nenhum caso de infecção por HIV adquirido por qualquer destas vias teóricas de transmissão. 
A investigação de 956 indivíduos co-habitantes de pacientes com AIDS, que freqüentemente compartilhavam objetos como copos, talheres, pratos, cortadores de unhas, pentes, toalhas, roupas, e facilidades domésticas como cozinha e banheiro; e referiam contato íntimo e freqüente incluindo beijos, abraços e cuidados de enfermagem não evidenciou nenhuma soroconversão resultante destas atividades.
Vale ressaltar que há seis casos descritos na literatura em que a soroconversão foi atribuída aos contatos intradomiciliares. 
Há raros relatos anedóticos de hipotética transmissão horizontal do HIV, porém estes não resistem a uma análise mais cuidadosa e as evidências são insuficientes para caracterizar formas não-tradicionais de transmissão. 
Dados laboratoriais e epidemiológicos não provêm qualquer suporte à possibilidade teórica de transmissão por artrópodes atuando como vetores biológicos ou mecânicos. Não foi possível evidenciar qualquer multiplicação do HIV em artrópodes após inoculação intraabdominal, intratorácica ou após repasto de sangue infectado. Outros estudos mostraram ausência de replicação do HIV em linhagens celulares derivadas de artrópodes. 
Estudos epidemiológicos nos Estados Unidos, Haiti e África Central não mostraram qualquer evidência de transmissão por vetores. 
Conclui-se que formas alternativas de transmissão são altamente improváveis e que a experiência cumulativa é suficientemente ampla para se assegurar enfaticamente que não há qualquer justificativa para restringir a participação de indivíduos infectados de seus ambientes domésticos, escolares ou profissionais. 
Os dados disponíveis permitem aos profissionais de saúde assegurar suas comunidades de que não há ameaça neste sentido.
Autoria: Fabrício Fernandes Pinheiro








Ativistas defendem prevenção, mas criticam testagem de HIV no Rock in Rio



26/08/2011 - 14h15

"Rick era o mais velho e o mais louco de todos. Tirou duas seringas do bolso, uma colher e comprou um copo d’água. Preparou a droga (heroína) e dividiu em duas seringas. Éramos cinco pessoas, então fizemos um rodízio de seringas. Primeiro foi Rick, depois David, Sheila, Sandra e eu. Esse rodízio repetiu-se mais de uma vez. A experiência com a heroína não foi boa, não gostei nenhum pouco da onda, perdi o resto do show e ainda passei mal. Pior ainda, não sabia que também estava perdendo a minha paz e que daquele momento em diante faria parte de uma tribo que, para sempre, iria enfrentar a dor, a solidão e os preconceitos da sociedade. Nem me liguei que naquele momento estava me infectando com o vírus HIV."

Neste relato adaptado do livro Rock in Positivo – um adolescente que decidiu viver com aids*, o ativista da Federação de Bandeirantes do Brasil, Cazu Barroz, conta uma experiência verídica vivida por ele na segunda edição do festival Rock in Rio, em 1992.

“Se naquele evento houvesse campanhas de prevenção ao HIV e de redução de danos, eu não teria me infectado”, disse em entrevista à Agência de Notícias da Aids. “Nos anos 90 a aids provocava medo nas pessoas e certamente ações como essa me impactariam.”

Apesar de defender campanhas de prevenção, Cazu é contra a realização de testes rápidos de HIV no festival de rock - ação que o Ministério da Saúde colocará em prática na próxima edição do evento, entre setembro e outubro deste ano.

“O Rock in Rio é um evento de lazer, sem ambiente psicológico adequado para a realização do exame", argumentou. Segundo o militante, o governo deveria distribuir camisinhas e seringas para o uso de drogas, como forma de redução de danos. ”No espaço do festival as pessoas querem sexo, drogas e rock.”

A psicóloga e coordenadora da ONG Centro de Promoção da Saúde (Cedaps), Kátia Edmundo, acredita que a realização de testes rápidos de HIV precisa ser mais cuidadosa. “No Rock in Rio seriam mais adequadas ações de prevenção e divulgação sobre locais onde as pessoas possam realizar o exame.”

Cida Lemos, integrante do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas no Rio de Janeiro, disse que as pessoas não estão preparadas para se descobrirem com HIV no festival de rock. “O evento é lugar de diversão e orientação”, afirmou.

Ministério da Saúde

Segundo informações do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a ação de testagem que será realizada no Rock in Rio é uma das estratégias de mobilização do “Fique Sabendo”. A campanha também tem o objetivo de chamar a atenção para a importância da prevenção das DST e da aids.

“Durante o evento, em que são esperados mais de 700 mil participantes, serão distribuídos 250 mil preservativos. As equipes do Ministério da Saúde, da Coordenação Estadual de DST e Aids do Rio de Janeiro e das Coordenações de DST e Aids dos municípios do Estado que participam da ação estarão preparadas para realizar 500 testes rápidos de HIV por dia”, consta em nota oficial.

Álcool x Teste de HIV
O consumo de bebidas acoólicas e outras drogas é sempre relatado nos festivais do Rock in Rio. Assim, surge a dúvida: tais substâncias alteram o resultado do exame de detecção do vírus da aids?

De acordo com o Ministério da Saúde, não. Especialistas de laboratórios identificaram alguns fatores que interferem no resultado dos exames. São eles:
•Vacina contra influenza A H1N1;
•Artrite reumatoide;
•Doenças autoimunes (lupus eritematoso sistêmico, doenças do tecido conectivo e esclerodermia);
•Colangite esclerosante primaria;
•Terapia com interferon em pacientes hemodialisados;
•Síndrome de Stevens-Johnson;
•Anticorpo antimicrossomal;
•Anticorpos HLA (classe I e II);
•Infecção viral aguda;
•Aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (de mãe para filho);
•Tumores malignos;
•Outras retroviroses;
•Múltiplas transfusões de sangue;
•Anticorpo antimúsculo liso.


* O livro Rock in Positivo foi publicado em 1998 pela editora JWM
Consultando com o inimigo
Beto Volpe
Que atitude mais repugnante a de uma ortopedista que trabalha em um hospital público do Distrito Federal, que como solução para o problema de segurança no condomínio onde vive colocou seringas nos muros de sua residência com o aviso: “Muro com sangue HIV positivo. Não pule!!!”

Essa criatura vivente, à qual me recuso a chamar de humana, que jurou por Hipócrates um monte de coisas lindas sobre amor ao próximo, cuidado e saúde, não se incomoda em ultrajar a dignidade das pessoas vivendo com HIV, uma vez que sua atitude reforça o falso conceito de que se contrai o vírus HIV por contatos sociais como, no caso, encostar em um muro.

Lembro de uma ação de discriminação que ganhamos através do escritório jurídico do Grupo Hipupiara, ONG da qual orgulhosamente sou fundador e tive o prazer de dirigir, onde um vizinho ridículo proibiu uma jovem mãe de família, HIV+, de pisar na calçada em frente à sua casa sob pena de tomar banhos de baldes estrategicamente posicionados para tal. E o argumento dele era o de que ele tinha filhos a proteger.
Autor: Beto Volpe é ativista e fundador da ONG Hipupiara, de São Vicente ---------------------------------------------------------DEPOIMENTO:---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------                        -As colchas                                                                          
Autor(a): 
 Gerson Wink
Sempre fui avesso à epidemiologia. Relutei anos a fio para não me tornar um caso, um número perdido, sem corpo, sem alma, sem endereço. Cada vez que ouvia os dados da epidemia pensava: em qual desses números fui classificado? Em qual grupo de risco fui jogado? Recusava-me aceitar que havia me transformado num dado epidemiológico, tratado nas equivalências de cortes de incidências e coeficientes populacionais. Naquele dia, tive certeza disso.
Era outubro de 1989, auge da epidemia do HIV/Aids, assombrada pela histeria popular e pelos milhares de mortos ao redor do mundo. Eram dias difíceis. O planeta em transformação por conta de um “câncer gay”. Não existiam tratamentos e nem se imaginava falar em antirretrovirais. O pânico e o terror adubavam as manchetes dos jornais.
Lutávamos ferozmente para ficarmos vivos, para não sucumbirmos e sermos declarados mortos em vida, sem qualquer direito a cidadania. Nossos olhares, ávidos, se entrelaçavam na única reposta que tínhamos ao medo e ao preconceito: a solidariedade. Nossos corpos eram forças valentes de indignação e o silêncio era sinônimo de morte.
Os ativistas da Aids chegaram em Porto Alegre. A cidade seria o palco do lançamento da “Carta de Princípios dos Direitos Fundamentais das Pessoas que Vivem com HIV/Aids”. Houve uma grande passeata e muito barulho.
Para a abertura oficial, os grupos foram impactados pela chegada das colchas do Names Project. As colchas, também chamadas “Quilts”, são pedaços de tecidos que formam painéis. Nelas são escritas mensagens, pinturas de familiares, amigos e colegas de trabalho. Quando colocados lado a lado formam um grande memorial lembrando as pessoas que morreram em decorrências da Aids. Servem para lembrar e mostrar à humanidade o que se está por detrás das estatísticas oficiais.
Aquela imagem ficou gravada em minha memória. As caixas foram sendo descarregadas lentamente sobre o solo. Ao todo deveriam ser 50 colchas. Uma pequena amostra dos estragos da epidemia pelo mundo. Fomos abrindo uma a uma as colchas, no silêncio que o momento oferecia. Todas elas possuíam um nome, uma data, uma mensagem de saudade. Objetos pessoais estavam ali encravados, contando a história daquelas pessoas.
Fomos estendendo as colchas lado a lado, abrindo entre elas o espaço para a reflexão. Quem seriam eles ali apresentados? De onde vieram? Onde nasceram? Teriam filhos? Seriam pais? Teriam amado? Quem teria sido deixado no abandono da saudade, na lembrança das melhores emoções? Quantas lágrimas foram ali costuradas?
Caladamente, centenas de pessoas visitaram as colchas, resignificando os dados epidemiológicos, transformando-os em vidas humanas de nosso planeta.
Vinte anos se passaram. Quase tudo mudou. Hoje os tratamentos ocupam o espaço das geladeiras. As pessoas com HIV/Aids vivem mais. Mesmo assim, as colchas continuam povoando meu imaginário. Às vezes, à noite, antes de dormir, as percorro com meus olhos atentos, buscando encontrar alguns pedaços que perdi.
 DST E AIDS ENTRE AS MLHERES                                                                                                                                                   

No início da década de 1990, o crescimento de casos de aids entre as mulheres e da transmissão do HIV de mãe para filho alertou a sociedade. A temática da feminização da epidemia surge como ponto de discussão para ativistas, pesquisadores e técnicos de saúde. Hoje, de acordo com as estimativas da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), 50% das pessoas infectadas no mundo são mulheres. Nesse contexto mundial, na América Latina, a crescente população de pessoas vivendo com HIV é de mulheres, aproximadamente 550 mil.
A desigualdade de acesso aos direitos entre homens e mulheres também está refletida no aumento do número de infecções na população feminina. Observa-se que, 54% do total de casos identificados até junho de 2009, foram de mulheres com baixa escolaridade (de nenhum até sete anos) e 22% com oito anos e mais de escolaridade. A análise desse indicador ainda apresenta limitações em razão do alto percentual de ignorados.
Nos últimos anos, o principal aprendizado para o enfrentamento da epidemia de aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) foi que devem ser considerados os componentes econômicos, socioculturais, raciais e étnicos que estruturam as desigualdade sociais. A violência doméstica e sexual contra mulheres e meninas, a discriminação e o preconceito relacionados à lesbianidade, bissexualidade feminina e transexualidade são agravantes na desigualdade entre homens e mulheres.
Enfrentamento da Epidemia
Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e outras DST tem como elemento fundamental o enfrentamento das múltiplas vulnerabilidades que contribuem para que as mulheres brasileiras estejam mais suscetíveis à infecção pelo HIV e a outras doenças sexualmente transmissíveis.
O Plano consolida o compromisso que vem sendo assumido historicamente pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres por meio da Área Técnica de Saúde da Mulher, do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, em conjunto com outras áreas técnicas, e pelos demais parceiros governamentais¹ e não governamentais, que trabalham para afirmar e efetivar os direitos assegurados às mulheres, nos tratados internacionais e na legislação brasileira, e implementar políticas para a redução das desigualdades em nosso país. A integração entre essas diferentes áreas será capaz de promover respostas efetivas que contemplem a sustentabilidade, a descentralização e a atenção integral às mulheres.
¹ Além da Área Técnica de Saúde da Mulher e do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, estão comprometidos com o Plano a Área Técnica de Pessoas com Deficiência, a Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem, o Programa Nacional de Hepatites Virais, a Área Técnica de Saúde no Sistema Penitenciário e o Departamento de Atenção Básica.
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FIQUEM COM DEUS E BEIJO NA BOCA!!!!